Rodrigo Gambale é líder do Podemos na Câmara e deputado federal eleito por São Paulo
Abril é o mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), um período de reflexão e ação em prol da inclusão e do respeito às pessoas com autismo. Como líder do Podemos na Câmara dos Deputados, reafirmo meu compromisso em dar visibilidade e voz a essa causa tão importante.
Em discurso recente na tribuna da Câmara dos Deputados, destaquei a crescente prevalência do autismo em nossa sociedade: “Hoje, no Brasil, eu tenho certeza de que todos conhecem algum caso de autismo — seja dentro da família, entre vizinhos ou amigos. Há 10 anos, a cada 100 crianças, uma era diagnosticada com autismo. Hoje, segundo dados do CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, essa média é de 1 a cada 36 crianças — ou seja, cerca de 2,8% das crianças vivem dentro do espectro”.
Essa realidade exige uma atuação mais sensível e eficaz por parte do poder público. Por isso, no Congresso Nacional, tenho apoiado iniciativas que promovem a inclusão e a proteção das pessoas com TEA. Votei a favor do PL 3035/2020, que institui a Política Nacional de Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, visando um atendimento mais humanizado e acessível.
Além disso, fui contra propostas que representassem retrocessos, como alterações no BPC que poderiam prejudicar diretamente famílias com pessoas autistas. Também votei a favor do projeto de lei que cria a Carteira Nacional de Identificação da Pessoa com Deficiência — um importante instrumento para garantir direitos, facilitar o acesso a políticas públicas e promover dignidade a quem mais precisa.
Em sessão solene na Câmara, reforcei publicamente esse compromisso, destacando que o Podemos continuará sendo um partido de luta e de construção de políticas públicas reais para quem vive a realidade do TEA diariamente. Não podemos permitir que a burocracia e o descaso sejam obstáculos ao acesso à educação, à saúde e à cidadania plena dessas pessoas.
O caminho ainda é longo. Precisamos de mais capacitação de profissionais, inclusão efetiva nas escolas, atendimento especializado na saúde pública e apoio às famílias cuidadoras. E tudo isso só será possível com diálogo, empatia e prioridade política. O Abril Azul é um convite à escuta ativa, à ação consciente e à transformação da sociedade.
As pessoas com autismo não querem privilégios. Querem respeito, oportunidades e dignidade. E isso, como sociedade e como representantes públicos, temos o dever de garantir.
Artigo publicado no Portal Jota
Foto: Vinicius Loures – Agência Câmara