O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (MG), apresentou um balanço dos quase quatro meses de trabalho da comissão. Neste período, o colegiado aprofundou a investigação sobre o desvio de bilhões de reais de aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos e operações suspeitas de entidades sindicais, envolvendo servidores públicos e operadores.
Ao todo, a CPMI realizou 28 reuniões, recebeu 4,8 mil documentos oficiais, analisou 73 requerimentos, ouviu 26 testemunhas, aprovou 43 quebras de sigilo, identificou 108 empresas suspeitas e mapeou, até o momento, cerca de R$ 1,2 bilhão em movimentações sem lastro. Houve ainda quatro prisões em flagrante, determinadas durante os depoimentos.
“Se for preciso, darei voz de prisão quantas vezes forem necessárias. Nosso compromisso é com o aposentado, e não com o criminoso”, afirma ele, líder do Podemos no Senado.
O colegiado também identificou dezenas de milhões de reais retirados mensalmente de aposentados e pensionistas. Viana já adiantou que solicitará ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão imediata de quase 2 milhões de contratos de empréstimo consignado com indícios de irregularidades.
Segundo o senador, o relator, deputado Alfredo Gaspar, deve apresentar um relatório preliminar no início do próximo ano. A previsão é que os trabalhos sejam retomados em fevereiro, quando, de acordo com Viana, a CPMI entrará em sua fase mais decisiva, dedicada às oitivas de bancos, financeiras e plataformas digitais.
O presidente da CPMI avalia, contudo, que o prazo até março não será suficiente para ouvir testemunhas e convocados e analisar os documentos recebidos. Viana pediu a prorrogação dos trabalhos da comissão para mais 60 dias, o que depende das assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores para que seja entregue ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
“Esta é uma resposta às cobranças que tenho recebido por parte dos parlamentares que fizeram convocações ou convites e que, até o momento, não conseguimos confirmar. Espero que a gente consiga as assinaturas e a aprovação por mais dois meses de trabalho no próximo ano”, explica o senador.
Foto: Carlos Moura – Agência Senado

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