Procurando aproximar o Brasil dos países que já adotaram medidas para conter a circulação de dinheiro vivo, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) apresentou o Projeto de Lei 2932/2025, que propõe a retirada gradual de circulação das cédulas de maior valor do real – R$ 200 e R$ 100. A iniciativa busca modernizar o sistema financeiro nacional, combater a economia informal, a lavagem de dinheiro, o crime organizado e a sonegação fiscal, além de incentivar a inclusão financeira dos brasileiros.
Para Hauly, que é economista e que por duas vezes chefiou a Secretaria da Fazenda do Paraná, o projeto está alinhado com a recente reforma tributária digital brasileira, instituída pela Emenda Constitucional 132/2023, que criou o modelo do IVA 5.0 no país, com foco no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Nesse novo sistema, a arrecadação se conecta diretamente à liquidação dos pagamentos, reduzindo a necessidade de circulação de dinheiro físico de alto valor.
“O uso de dinheiro em espécie vem caindo de forma expressiva no Brasil desde a criação do PIX, que se consolidou como o maior sistema de pagamentos instantâneos do mundo, superando 5 bilhões de transações mensais e movimentando mais de R$ 2 trilhões por mês”, destacou o parlamentar. Ele lembrou ainda que, em junho de 2025, o PIX atingiu um recorde de quase 280 milhões de transações em um único dia.
“Apesar da digitalização já estar incorporada à rotina dos brasileiros, as cédulas de R$ 200 e R$ 100 continuam circulando e são frequentemente associadas a práticas ilícitas como contrabando, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção”, exemplificou.
Hauly reforça que essa é uma tendência internacional. Países como Suécia, Noruega e Dinamarca já operam com menos de 5% das transações em dinheiro físico e caminham para se tornarem “sociedades sem dinheiro” (cashless society). A Suécia, inclusive, prevê eliminar completamente o uso de dinheiro em espécie até 2030. A União Europeia descontinuou a nota de 500 euros em 2019 pelo seu uso associado a crimes financeiros, e medidas semelhantes foram adotadas na Austrália e no Canadá.
Além de combater a criminalidade, o projeto também busca fortalecer a inclusão financeira, impulsionada pelo acesso aos meios digitais, especialmente nas regiões menos atendidas por instituições bancárias. Para o deputado Hauly, a retirada das cédulas de maior valor é uma medida necessária para consolidar um sistema econômico mais seguro, moderno e socialmente inclusivo. “Estamos construindo um Brasil mais eficiente, transparente e digital, onde o dinheiro eletrônico será ferramenta fundamental de cidadania e desenvolvimento”, concluiu.
Foto: Kayo Magalhães – Agência Câmara

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