ARTIGO: O desafio de ser jovem na Amazônia e se reconhecer em um país que não os escuta

Stephanie Lima é presidente estadual da Juventude do Podemos no Pará

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA), apenas 51,1% da juventude paraense, entre 15 e 29 anos, está inserida na dinâmica de trabalho. Isso significa que quase metade dos jovens do Pará não está trabalhando nem procurando emprego. É um dado que chama atenção e que nos obriga a fazer uma pergunta essencial: por que tantos jovens estão se afastando do mercado de trabalho?

Esse afastamento não pode ser explicado apenas pela falta de vagas. O que se percebe é um fenômeno mais profundo: o jovem tem encontrado cada vez mais dificuldade em se enxergar dentro da sociedade, de entender o seu papel e o seu propósito. Ele sente que se esforça, estuda, mas que, ainda assim, as portas não se abrem. E quando se abrem, muitas vezes são oportunidades precárias, sem perspectiva de crescimento. Nessa mesma pesquisa, Isso gera um sentimento de desânimo coletivo, como se o futuro tivesse deixado de ser uma promessa para se tornar uma incerteza.

Ao mesmo tempo, há um comportamento novo em curso. O jovem atual é mais seletivo na hora de escolher um trabalho. Quer algo que faça sentido, que tenha propósito, que ofereça reconhecimento. Esse desejo é legítimo, mas, em muitos casos, entra em choque com a realidade do mercado, especialmente nas regiões mais distantes dos grandes centros, como é o caso do Norte. A oferta de empregos ainda é limitada e concentrada em áreas tradicionais, o que resulta na ausência de perspectivas de crescimento.

De acordo com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), houve um aumento de 20,2% nas matrículas em cursos técnicos entre 2021 e 2022 no Pará, o que mostra que os jovens têm buscado qualificação. O problema é que essa formação, muitas vezes, não encontra continuidade. Faltam programas que conectem o estudante ao mundo do trabalho, estágios e oportunidades de prática que deem sentido ao aprendizado. Ou seja, o jovem se prepara, mas não é absorvido.

Outro ponto relevante é o uso da tecnologia. O mesmo estudo da Fapespa aponta que 99,6% dos jovens paraenses acessam a internet pelo celular. Isso significa que há um potencial enorme de inserção digital, mas que ainda não está sendo explorado. As políticas públicas continuam voltadas para modelos de emprego tradicionais, enquanto o mundo caminha para profissões ligadas à economia criativa, ao audiovisual, ao marketing digital e à tecnologia. O jovem está conectado, criativo, mas falta oportunidade para transformar isso em renda e estabilidade.

O resultado é uma juventude que, aos poucos, se distancia da ideia de pertencimento. Quando não há espaço para aplicar o que se aprende, quando o trabalho não dialoga com as expectativas e quando o esforço não é reconhecido, o sentimento de inutilidade se instala.

O que os números revelam sobre o Pará é mais do que uma estatística, é um sinal de alerta. Uma sociedade que não oferece espaço para sua juventude trabalhar e crescer é uma sociedade que está abrindo mão do próprio futuro. O jovem tem talento, tem criatividade, tem vontade. O que falta é direção, incentivo e estrutura para transformar isso em oportunidade concreta.

Investir em políticas de capacitação profissional voltadas às novas economias, incentivar projetos de empreendedorismo digital e aproximar a educação das necessidades do mercado são caminhos urgentes. A juventude da Amazônia não quer ser assistida, quer ser ouvida, preparada e incluída.

Quando metade de uma geração está fora do mercado de trabalho, não é só um problema econômico, é um problema de identidade nacional. O país precisa voltar a enxergar o jovem como protagonista e não como espectador. E isso começa quando damos a ele as ferramentas para acreditar de novo que vale a pena tentar.

Stephanie Lima tem 22 anos é de Belém do Pará, acadêmica em Direito e Gestão Pública, Presidente Estadual da Juventude do Podemos no Pará e integrante do Diretório Nacional da Juventude do Podemos

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